Redução do nível da água permitiu vistoria a pé pela primeira vez onde antes só era possível chegar de barco.
As enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul recentemente deixaram um rastro de destruição e preocupação, especialmente nas instituições culturais de Porto Alegre. A redução do nível da água, que possibilitou uma inspeção detalhada no domingo (19), revelou os primeiros danos significativos em diversos museus e centros culturais. Este artigo aborda a situação atual desses patrimônios e as medidas em curso para a recuperação, destacando a importância da preservação do patrimônio cultural em tempos de desastres naturais.
Primeiros Danos Detectados: Impacto nas Instituições Culturais
Os primeiros danos constatados nas instituições culturais de Porto Alegre são alarmantes. A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), por exemplo, teve suas salas de cinema, incluindo a Cinemateca Paulo Amorim, inundadas com água e lama, resultando em prejuízos a poltronas, carpetes e sistemas de ar-condicionado. Felizmente, os sistemas de projeção e sonorização, localizados no segundo andar, não foram afetados. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) também sofreu com a enchente, mas conseguiu proteger seu acervo ao transferi-lo para andares superiores. No entanto, o andar térreo permanece inundado, dificultando o acesso e a avaliação completa dos danos.
Medidas de Recuperação e Preservação do Patrimônio Cultural
Diante da gravidade da situação, o governo do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Cultura (Sedac), adotou várias medidas para mitigar os danos e recuperar os patrimônios afetados. Entre as ações estão o mapeamento e levantamento de bens tombados em níveis federal, estadual e municipal, além de uma análise detalhada dos inventários culturais das cidades em estado de calamidade pública. Outra medida importante é a distribuição de uma cartilha de orientação para o resgate de acervos, destinada a 378 instituições cadastradas. Três museus já iniciaram o resgate de seus acervos com a orientação remota de especialistas.
Desafios na Avaliação e Recuperação dos Danos
A avaliação completa dos danos ainda é um desafio para as autoridades e equipes de resgate. Na Casa de Cultura Mario Quintana, por exemplo, ainda não é possível quantificar as perdas de mobiliário e determinar o custo total dos prejuízos. No Margs, a água ainda não baixou o suficiente no andar térreo, impedindo uma avaliação segura e detalhada. A orientação para prefeitos e secretários municipais de Cultura é clara: nada deve ser descartado sem uma avaliação adequada. Isso ressalta a importância de um protocolo de salvamento bem estruturado, focado na segurança dos voluntários e na integridade dos acervos culturais.
Importância da Preservação do Patrimônio Cultural em Tempos de Crise
A preservação do patrimônio cultural em tempos de crise é essencial para a manutenção da identidade e memória coletiva de uma sociedade. As enchentes no Rio Grande do Sul são um lembrete doloroso da vulnerabilidade de nossos patrimônios culturais a desastres naturais. A rápida resposta das autoridades e a implementação de medidas de resgate e recuperação mostram um compromisso com a proteção desses tesouros culturais. No entanto, é fundamental que haja um planejamento contínuo e investimentos em infraestrutura para minimizar os riscos futuros.
O Papel das Instituições Culturais na Recuperação Pós-Desastre
As instituições culturais têm um papel crucial na recuperação pós-desastre, não apenas como guardiãs do patrimônio, mas também como centros de resiliência comunitária. Elas podem servir como espaços de reflexão, educação e reconstrução social. A Casa de Cultura Mario Quintana, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul e outras instituições afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, com o apoio das autoridades e da comunidade, têm a oportunidade de se reerguer mais fortes e continuar a desempenhar um papel vital na vida cultural da região.
fonte: cnnbrasil.com.br